sábado, 10 de julho de 2010

As diferenças entre eu e o meu cachorro

Eu tenho uma cadelinha, carinhosamente ela tem um nome. Eu também tenho um nome.Nossas diferenças biológicas são simples e claras, eu sou um homem, ela, um cachorro.Só que eu sou um ser político. Tenho minhas opiniões e colocações.
Ela não tem um mundo dela. Eu tenho um mundo meu, onde a política é controlada pela minha espécie. Tirando um desenho animado não muito famoso e que eu não lembro o nome, nunca houve uma organização política canina de domínio global.
E nunca houve nenhuma organização política canina. Por que? Porque eles não se organizam, talvez eles não consigam se comunicar de uma forma tão clara quanto nós.
Se não existe uma comunicação desenvolvida, não há meio de se destacar interesses em comum, e os individuais se resumem a ações animalescas. Uma mordida, um latido, um abanar de rabo.
Tá, é meio contraditório observar um cachorro antropologicamente, mas o que nos diferencia é exatamente isso: nós temos as características necessárias para se organizar, balancear interesses em comum e tomar ações onde são claros os objetivos dos lados divergentes sem ações animalescas (sem ofender os animais e desconsiderando seu porte de armas nucleares).
E toda essa viagem é a importância que o poder da linguagem tem para definir um ser humano como ser humano.
Essa é uma corrente da Pré-História, que traz a linguagem como o divisor de águas entre o Homem e o Animal, considerando o inicio da humanidade o momento em o Homem desenvolveu uma linguagem complexa e abstrata.
Outra corrente traz o bipedalismo ereto como tal divisor, comparando a força e agilidade humanas com dos outros animais.
Que bom, veremos então o que veio primeiro: o bipedalismo (possibilitando então a linguagem) ou a linguagem (possibilitando a sobrevivência pré-bipedal).
Existem provas de um e outro, porém, para validar essas provas a comunidade científica deve julgar o que pode ser considerado bipedalismo e o que pode ser considerado linguagem com efeitos político-comunitário.
Mostrando que nossa linguagem não é lá tão abstrata e eficiente assim até hoje...

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