O símbolo do tempo na cultura grega é a Roda da Fortuna, a existência do individuo representada por: nascer, crescer, reproduzir, morrer, reencarnar (nascer), crescer, morrer, reencarnar... Logo, entre as reencarnações, o individuo esquecia de sua vida (tomando água do rio do Hades, Lethes) e, ao mesmo tempo, era esquecido.
Como assim? O tempo, quando se repete mudando apenas detalhes, também tem um caráter destrutivo. O individuo é esquecido tanto quanto esquece. O tempo passa e ele já era.
Paralelo a isso, Hesíodo escreve a origem do Homem em sua obra: "O trabalho e os dias" e nela existem quatro raças de homens: de ouro, prata, de bronze e de ferro (a qual o poeta pertence). Elas não possuem um caráter evolutivo como a primeira vista pode aparecer, elas se diferenciam pelos conceitos de Hybris e Díke, mas percebe-se uma substituição entre as raças que apaga a anterior da memória. No entanto, devido ao tempo cosmogônico, Hesíodo afirma que é infeliz na raça de ferro e gostaria de ter nascido "antes ou depois" desse tempo.
Todas essas raças são de homens que viveram, morreram e foram esquecidos, no entanto, há, na mitologia homens e semideuses que superam moral ou fisicamente seus irmãos. Seus nomes ecoam pela eternidade: Aquiles. Herácles. Heitor. Etc, etc...
Eles não são inclusos em qualquer uma das raças, que o tempo destrói, eles não tomam água do Letes e reencarnam. Para eles, há uma ilha no meio do rio místico para que seus permaneçam vivos na memória. Hesíodo anuncia que eles não pertencem a raça alguma, exceto, a raça dos Heróis.
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