A Igreja Católica tem seus “santos” homens divididos entre padres, bispos e arcebispos. Dentre os arcebispos, um papa é escolhido quando se faz necessário (após a morte de um predecessor). Os santos de Atena se dividem entre bronze, prata e ouro – talvez em alusão as raças Hesiódicas – e, dentre os cavaleiros de ouro, um Grande Mestre é escolhido. Em inglês, o título de “Grande Mestre” é escrito como “Papa”. Assim como em muitas línguas (como inglês ou espanhol) o título "Santo"
Um dos principais símbolos da Igreja Católica é o vinho, alusão ao sangue de Cristo. Nos cavaleiros do zodíaco, as armaduras dos cavaleiros que tocam o sangue de Atena, atingem níveis de poder muito altos, mas para essa comunhão o cosmos do próprio cavaleiro tem que se elevar (assim como o cristão há de estar purificado, após cantos de glória e perdão).
Enquanto o primeiro líder da Igreja Católica foi Pedro, o nome do Grande Mestre no manga original é Shion. O nome Shion é a versão em hebraico de João, o autor do Evangelho mais espiritualizado, propagador de um mundo cristão menos materialista e mais idealista. Curiosamente o personagem vem de um região no Oriente Médio, ou muito próxima. Enquanto os seguidores de Pedro espalham o sopro do Espírito Santo, os seguidores de Shion usam sua força espiritual e física (seus Cosmos) para trazer Amor, Esperança e Felicidade.
Mas porque Atena? Porque não outro deus grego qualquer? Primeiro, e mais óbvio, pelo caráter de Guerra justa que lhe foi atribuído uma vez interpretada pelo mundo cristão.
No entanto, uma coisa que liga Jesus à Atena é que os dois não vieram de uma relação sexual. Jesus nasce do encontro do poder de Deus com Maria. O poder de Deus é o espírito santo. Atena, por sua vez, nasce da cabeça de Zeus, posteriormente ao fato de Zeus ter engolido ninguém menos que Mnemosine, a memória, a salvação para os gregos antigos. A Mnemosine é, para os gregos, poder e sabedoria, a Salvação diante do ciclo reencarnatório.
E um fator totalmente voltado à questão grega é que resta a dúvida: porque Seya, cavaleiro de Pégaso, Hyoga (de cisne), Shiryu (dragão), Shun (Andrômeda) e Ikki (Fênix) não respeitam a hierarquia de poder estabelecida entre as raças metálicas? Ora, isto se deve ao fato de Hesíodo ter descrito uma raça que foge desta hierarquia: a raça dos heróis, a raça dos Semideuses que, por coincidência (provavelmente não) Seya e seus companheiros o são: todos são filhos de Zeus, eles não pertencem a categoria de Bronze, mas sim a dos Heróis. No mangá, esses “órfãos” tem pai: o Sr. Kido, a encarnação de Zeus.