A guerra civil americana, ou guerra da secessão (1861-1865), foi um confronto entre o Norte e o Sul, principalmente sobre o direito ou não de possuir um escravo. A guerra civil da editora Marvel foi uma guerra entre heróis dispostos a retirar a máscara e heróis não-dispostos.
O ato que separou os exércitos de Capitão América e Homem de Ferro determinava que todos os meta-humanos deveriam revelar suas identidades secretas e se submeter ao sistema de proteção norte-americano.
A Guerra Civil americana tem em comum o fato de que a questão é sobre seres humanos, e sobre o domínio que a sociedade exercem, ou não, sobre eles.
Os heróis não-dispostos a revelar suas identidades não queriam entrar em um sistema, eles não queriam trabalhar para o governo, isso iria expor as famílias desses heróis. O que, por exemplo, seria de Mary Jane se soubessem que seu namorado é o homem aranha?
Já o Sul não queria entrar em um sistema não-escravocrata. Queriam permanecer no modo de vida em que estavam. Tinham sua renda, seus negócios e assim estava bom para eles. Eles não queriam abrir mão de seus escravos.
Com o fim da escravidão, o Norte industrial poderia controlar a economia. O país seria melhor sob seu domínio econômico.
Com o fim do anonimato dos meta-humanos, o governo poderia controla-los. O país seria melhor sob seu domínio das forças super-humanas.
O debate é o mesmo: aderir ao sistema ou renuncia-lo.
Ao renunciar o sistema, os heróis se tornariam renegados. Levados ao nível de vilões, que deveriam ser combatidos e derrotados. E foram.
O capitão América morreu. O sistema – Stark – triunfou.
Stark cai bem como alusão a um Norte de alta tecnologia. E o Capitão América em seu papel sulista é a própria ironia, afinal, se os sulistas lutavam para manter seus escravos cativos, as correntes dos heróis aliados do Capitão América eram suas máscaras, que garantiam sua liberdade.
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